Com um passaporte que lhe garantiu ficar longe das encrencas mais cabeludas na Justiça e à frente nas pesquisas de intenção de voto na corrida ao Palácio do Planalto em 2022, o ex-presidiário Lula tem feito uma das coisas de que mais gosta: falar.
Desde que teve suas condenações na Lava-Jato anuladas pelo STF no início do ano, o ex-presidiário petista já concedeu ao menos quarenta entrevistas a veículos brasileiros — em sua grande maioria, rádios locais e sites que comungam a sua cartilha ideológica — e internacionais, além de discursar em encontros com militantes e políticos com vistas a ampliar o arco de apoio a sua candidatura.
Segundo a Veja, nessas ocasiões, Lula tem acentuado as críticas ao governo de Jair Bolsonaro e repete uma pregação que soa como música aos ouvidos de sua base de esquerda: forte participação do Estado na economia, recuo nas reformas, freio nas privatizações, regulação de mídia, participação de movimentos sociais no governo, fim do teto de gastos, aumento da tributação dos mais ricos e expansão de programas de transferência de renda.