Renê Butekus mais uma vez denuncia pressão a servidores para direcionar votos. Max Fortes e Átila de Morais deixam a base de apoio. Rose da Saúde, Leo do Social e outros caem de pau no laudo da Defesa Civil
Vereadores da base aliada e da oposição se uniram em duras críticas ao laudo emitido pela Defesa Civil sobre o risco de rompimento de barragens, culminando no adiamento da eleição suplementar. O parecer foi taxado de medíocre, hipócrita, eleitoreiro e pouco plausível, além disso, os parlamentares exigem explicações da chefe do órgão. Esse foi o principal tema debatido na sessão ordinária da última segunda-feira (17).
Primeiro a usar a tribuna, o vereador Renê Butekus questionou o laudo da Defesa Civil sobre o risco de rompimento das barragens. “Se corremos risco por causa das barragens, os prédios públicos, a população tem que ser evacuada o quanto antes das áreas de risco”, avisou.
Segundo ele, o responsável da Defesa Civil, pela emissão do laudo ao TRE, tem que prestar contas o quanto antes. “Não podemos colocar nenhum direito político acima da população”, disse. Fez ainda um apelo, para que não haja mais postergação e que o povo possa escolher o novo prefeito.
A exemplo da semana passada, o vereador saiu em defesa dos servidores públicos, expondo as denúncias de pressões do atual governo ao servidor público por direcionamento de votos. Ele falou que a categoria deve votar em quem quiser e, mais uma vez, fez um alerta sobre perseguições. “Quem ameaça agora, ameaça depois”, alertou.
O vereador Leo do Social iniciou seu discurso com uma ironia, dizendo que se o governo funcionasse nos últimos três anos como está funcionando nos últimos três meses, teria até o voto dele. Segundo ele, a espera por ambulâncias e outras demandas, antes ignoradas, estão sendo atendidas a toque a caixa, como o asfaltamento de Ribeirão do Eixo.
“Isso sim é chamar a população de idiota e fazer o povo de bobo. Está acontecendo um teatro e temos que engolir isso goela abaixo”, ironizou.
Ele taxou de medíocre e hipócrita o documento apresentado pela Defesa Civil ao TRE para adiar a eleição suplementar. Ele acusou o documento ter sido protocolado, somente, após várias pesquisas eleitorais mostrando a queda de popularidade de determinado candidato.
“É simplesmente inadmissível uma chefe da Defesa Civil, possuidora de um cargo comissionado, que pensando na garantia do seu emprego, apresentar um laudo expondo a população ao medo do rompimento de barragens no dia 07 de julho”, comentou o vereador.
Leo do Social afirmou que a Defesa Civil está chamando a todos de idiotas, pois, somente após serem feitos os registros de candidaturas é que o órgão deixou para emitir o tal laudo.
Ele cobrou a vinda da chefe da Defesa Civil para se explicar e aproveitou para ridicularizar o laudo, taxando-o de amador. “Na área da mancha o laudo previu mais de 40 mil eleitores no período de eleição. Pela contagem dos votos das urnas na parte baixa, teríamos em torno de 6 mil eleitores. Estão mentindo nos números, estão enganando o TRE”, finalizou.
A vereadora Rose da Saúde seguiu na mesma toada e também chamou a atenção para o tema da eleição suplementar e lamentou que lhe foi tirado o direito de voto, de buscar uma mudança nos rumos os da administração da cidade. Apesar disso, ela tem convicção de que o povo não é mais bobo e dará a resposta nas urnas.
“Estou muito preocupada com as pessoas e órgãos na rota da lama e espero que a chefe da Defesa Civil vá até a Câmara o quanto antes para se explicar”, disse.
Segundo ela, em quatro mandatos, nunca viu uma hipocrisia tão grande: o cancelamento de uma eleição por conta de risco de rompimento de barragens. “O medo é da urna e da inteligência do eleitor que já enxergou a necessidade de mudança. O momento é de seguir em frente e lutar pela democracia”, avisou.
O vereador Max Fortes iniciou o seu discurso comunicando o desligamento oficial da bancada de base de apoio do atual governo, seguindo o exemplo do colega de bancada Átila de Morais. Ele avisou que entrará com um requerimento formalizando tal situação.
Ele justificou a decisão não por ser adversário de campanha do atual prefeito, mas por não comungar da forma como a prefeitura está sendo comandada.
“Não há como comungar com as condutas de comando por coação, por ameaças. É inimaginável as pessoas serem perseguidas por apoiar outros candidatos. A partir de agora, vou me pautar pelo interesse público”, contou.
Max lamentou a prorrogação da eleição, um desrespeito total ao cidadão itabiritense, no sentido de cercear a democracia e o direito ao voto. Ele taxou a decisão de pouco plausível. Desde 2015, como presidente da Comissão de Barragens, garantiu que não há riscos, pois houve uma mudança dos fatores de risco e não das mudanças físicas das barragens.
“Penso que a Defesa Civil deveria retirar tudo do centro por uma questão de segurança e coerência com o laudo emitido”, falou. Por fim, disse não comungar da forma como foi feito o laudo e alertou que o povo não pode ser lesado e passado para trás. E avisou que não vai se calar com manobras.
Plano Diretor
Outro ponto importante durante a reunião foi a discussão sobre o Plano Diretor, levantado pelo vereador Dr. Edson. Ele alertou sobre uma série de problemas na matéria que deveria não se aprovada agora.
Dada a importância do assunto, traremos uma matéria completa sobre o tema na próxima quarta-feira (19), bem como os projetos aprovados.