A oposição impôs um nocaute ao Executivo na disputa pela Mesa Diretora da Câmara Municipal. A chapa dos vereadores Renê Butekus (Presidente), Toninho da Associação (Vice) e Geraldo Mendanha (Secretário), venceu por sete votos a seis a chapa de Centro do vereador Dr. Edson, apoiada pelo grupo político do prefeito Orlando Caldeira.
Em uma Sessão polarizada, com as galerias superiores tomadas por partidários tanto da situação como da oposição, a reunião transcorreu tranquila. O resultado, tal qual anunciado pelo Mova-se, na última sexta-feira (13), concretizou-se com os votos de Gilmar Capoeira, Rodrigo do Porco, Nilson Esteves e Arnaldo dos Santos, somando-se aos dos três candidatos da Chapa 1.
O triunfo da oposição se deveu à mobilização do ex-presidente Arnaldo dos Santos, um dos idealizadores da composição que aglutinou os votos da maioria dos oposicionistas e até do vereador Nilson Esteves, do mesmo partido do prefeito.
A derrota da Chapa 2 deixou clara a ineficiência dos responsáveis pelo núcleo político do Executivo, que não conseguiram fazer uma articulação mínima e garantir o voto decisivo do vereador Nilson Esteves.
Parte da responsabilidade pela derrota deve ser creditada na conta do chefe de Gabinete do Prefeito, Lucas França de Oliveira, o Luquinhas. Nesses 100 dias de governo, mostrou-se incapaz em compreender o processo político e inepto em coordenar a articulação do Executivo com o Legislativo, função primordial do cargo que ocupa.
A conta pelo fiasco deve também ser dividida na atuação medíocre do líder de Governo, o vereador Leo do Social, que nesse tempo pouco se interessou em realmente defender os interesses da base do prefeito na Câmara.
A única marca deixada por ele foi gabar-se em plenário por ter feito mais de uma centena de indicações para cargos comissionados na prefeitura, além de criticado pelos colegas por ausentar-se durante as reuniões.
A vergonha só não foi maior e a eleição por pouco não foi por chapa única, pelo fato de o vereador de Centro, Dr. Edson, por iniciativa própria, ter montado uma composição, na última sexta-feira (13), momentos antes do prazo final de inscrição, com o apoio dos colegas Ricardo Oliveira e Rose da Saúde.
Pingo é letra
Como bem diz o ditado popular: para quem sabe ler um pingo é letra, apesar de conciliadora, a fala dos vereadores que comporão a Mesa Diretora deixou claro que, em termos de Legislativo, 2020 não será nada fácil para o executivo.
Mesmo afirmando que farão uma oposição responsável ao governo, fica evidente nas entrelinhas que os integrantes da Mesa Diretora também não facilitarão em nada a vida do prefeito, sobretudo o presidente Renê Butekus, um dos mais ferrenhos oposicionistas.
Orlando Caldeira pode esperar um ano difícil e ter de enfrentar uma Mesa Diretora hostil em período eleitoral não é o ideal dos cenários para quem pensa em se reeleger.
Também chamou a atenção o voto do vereador Max Fortes, na Chapa 2. Isso mostra que ele cada vez mais se distancia do grupo político do qual sempre fez parte.