Excesso de aplicativos no celular é abrir portas para problemas

Artigo de opinião

No mundo digital em que vivemos, é praticamente impossível não fazer uso de algum aplicativo de celular: movimentar sua conta bancária, chamar um motorista particular, pedir uma refeição… são inúmeras as utilidades desses apps que facilitam demais nossa vida. Muito embora sejam indispensáveis, é preciso cautela a utilizá-los pois tamanha facilidade pode esconder desde falhas severas até perda ou sequestro de dados privados.

Recentemente, o Tik Tok, aplicativo chinês que tem a finalidade de criar vídeos curtos, nos moldes dos stories do Instagran, está em via de ser banido nos Estados Unidos por indícios de possíveis compartilhamentos de dados pessoais dos usuários com o governo chinês. Na Índia, o aplicativo já foi bloqueado e países europeus estão em vias de fazer o mesmo.

Como profissional da área de tecnologia da informação, posso afirmar com toda segurança que qualquer aplicativo, a partir do momento em que é instalado e usado, pode comprometer a privacidade e, mesmo não sendo proposital, até a perda ou vazamento de dados particulares. Não é raro casos em que usuários de determinadas plataformas terem dados como e-mail e senha de acesso, endereços e até cartões de crédito vazados.

Tais vazamentos não são propositais, porém é sempre bom duvidar e ter cautela ao usá-los. Parece irrelevante, mas uma leitura nos termos de uso do aplicativo já pode entregar muita coisa: se ali houver alguma menção a respeito de compartilhamento de dados e assim mesmo você optar por utilizá-lo, talvez não consiga uma reparação do prejuízo de forma fácil depois.

Em complemento, utilizar aplicativos de fontes desconhecidas ou suspeitas, ou ainda instalá-los motivado por uma febre momentânea, já que muitas pessoas estão utilizando e por isso parece ser seguro é um convite ao problema.

Nesses casos menos é mais. Quanto mais apps você utilizar, mais portas estará abrindo para os problemas já citados e inúmeros outros. É de fato quase inviável e inservível um telefone que não possua uma quantia mínima de aplicações básicas, entretanto ter cautela nunca é demais. Seguindo por esse caminho você conseguirá filtrar melhor o que usar e diminuir a possibilidade de ter dor de cabeça com eles.

Vinícius Martins é analista de sistemas