Artigo de Opinião
É bom apertar os cintos: a partir deste domingo (27/09), tem início o período de campanha municipal. E em tempo inédito de pandemia provocada pelo vírus chinês, as redes sociais vão ganhar ainda mais protagonismo devido pelo isolamento social causado pelo risco de contaminação.
Tenho a convicção de que teremos eleições muito diferentes das demais, começando pelas campanhas e propagandas políticas. O risco de contágio pelo vírus chinês vai exigir um distanciamento social e vai inviabilizar o tradicional corpo a corpo dos candidatos.
Acredito ser impensável realizar as tradicionais caminhadas pelo centro de Itabirito com os postulantes aos cargos de prefeito seguidos por um séquito de candidatos a vereador e apoiadores abraçando e apertando a mão dos eleitores. Ainda mais com 2.337 contaminados e 17 óbitos, registrados no boletim de quarta-feira (23).
O mesmo deve se aplicar aos comícios, cujo objetivo principal é aglomerar o maior número de gente para demonstrar força e engajamento nas campanhas. Entretanto, isso vai de encontro às mais básicas medidas de seguranças sanitárias.
Outro problema é que essas modalidades tradicionais de campanha com intenso contato físico podem contaminar não só o eleitor, mas os próprios candidatos. Imagine o prejuízo para quem disputar o cargo a prefeito pegar o vírus e ter de ficar 20 dias fora da campanha.
Isso significa que para defender suas bandeiras, os políticos terão que investir em redes sociais e criar estratégias virtuais para conquistar o eleitor.
A necessidade de distanciamento social e a proibição de aglomerações vão tornar o ambiente digital, um local seguro para transmissão de propostas e realização de eventos, como debates com outros candidatos e interação com os eleitores.
Acredito que em Itabirito, os grupos no Facebook, o Instagram e o WhatsApp serão os principais canais de informação política, sobretudo na zona urbana, que conta com o maior número de eleitores conectados.
É necessário também não menosprezar os rádios e os sites locais, que possuem um público cativo e têm o poder de influenciar o eleitor.
Já no interior, devem ocorrer pequenas reuniões presenciais, garantindo uma distância segura entre as pessoas e aproximando fisicamente o candidato do seu eleitorado.
E nesse processo saem na frente os candidatos já possuidores de uma presença online, com grande número de seguidores reais, e não fakes, podendo obter um engajamento maior com suas mensagens.
Entretanto, para os candidatos que ainda não possuem uma presença online, é preciso correr contra o tempo e começar a trabalhar nesta identidade virtual o mais urgente possível.
Vale ressaltar que o meio digital é um terreno pantanoso e lá não é permitido amadorismo. É necessário ter planejamento, produzir conteúdo de qualidade, interagir com o internauta e o mais importante ter foco e adotar uma estratégia.
De nada adianta ter uma qualidade visual nas peças se não existe qualquer tipo de estratégia para dar sustentação a esse material
Acima de tudo, é preciso alinhar as estratégias digitais ao discurso da campanha eleitoral.
Outra dica importante é deixar a postos uma equipe de gestão de crise, sobretudo, para os candidatos que apostam na incredulidade do eleitor ao divulgar mentiras e tentar passar uma imagem oposta da real.
Por fim, é sempre bom disponibilizar uma página online para divulgar a biografia, trajetória política, projetos de campanha, redes sociais e formas de contato do público para com o candidato.
E que vença o melhor nessa disputa virtual pelos votos.
Marcelo Rebelo é jornalista e editor do site Mova-se Inconfidentes