Artigo de opinião
Com o início do período pré-eleitoral é normal o aumento do número de postulantes a uma cadeira no executivo ou no legislativo dando seus recados nas redes sociais.
Essa exposição é positiva, pois é uma forma dessas pessoas mostrarem a que vieram, além de contribui para fortalecer a democracia e fomentar o debate político onde estão inseridas.
Infelizmente, o que era para ser incentivado e elogiado, acaba se tornando motivo para achincalhe e ataques. É comum tais pessoas serem chamadas de oportunistas, aproveitadoras e sofrerem críticas por só aparecem nesse período.
Pois bem, nada mais lógico do que os pré-candidatos só apareçam perto da eleição. A data de pré-campanha é para isso mesmo: serve para as pessoas apresentarem as suas propostas neste momento.
E o melhor local são as redes sociais e não se discute.
O cenário político mudou nas últimas duas décadas e a internet desempenhou um grande papel nessa transformação. As mídias sociais agora são um fator sério nas campanhas políticas e na maneira como as pessoas pensam sobre os problemas.
É necessário ainda ter em conta, que a conquista de uma vaga no executivo ou no legislativo é muito difícil e a luta é extremamente desigual, entre os que desejam entrar e os que desejam ficar.
Vejamos a realidade do legislativo em Itabirito.
Como competir com um vereador que assumiu na tribuna ter feito uma centena de indicações para cargos no executivo? Ou com vereadores que têm à disposição um orçamento impositivo anual de cerca de 200 mil para fazerem o papel do executivo? Ou com os que podem capitalizar e fazer caixa com o uso de diárias a 1 mil reais?
Em função dessas disparidades, as mídias sociais viraram ferramentas valiosas para divulgar as ações dos pré-candidatos, mas, principalmente, para formar um exército de defensores daquela candidatura.
Outro ponto incoerente é que os mesmos que criticam esses pré-candidatos são os que mais pregam a necessidade de renovação do quadro de vereadores.
O achincalhe a essas pessoas só vem contribuir para o fortalecimento e reeleição dos que estão lá e fazem da vereança uma fonte de renda e projeto pessoal ao invés de trabalhar em prol da coletividade.
A vitória de Jair Bolsonaro, que tinha apenas oito segundos da propaganda eleitoral do PSL, fez muita gente considerar ainda mais importante o papel das redes sociais. Afinal, ele estruturou sua campanha unicamente para as redes sociais.
Nas eleições para o Congresso houve, também, um grande número de deputados eleitos que montaram suas estratégias por meios das mídias sociais e se viram eleitos.
O que os nossos pré-candidatos de Itabirito buscam é a criação de um relacionamento mais próximo entre eles e o eleitorado, conhecido como marketing de relacionamento.
Trata-se de algo legítimo, importante e que devemos incentivar ao máximo.
Marcelo Rebelo é jornalista e editor da site Mova-se Inconfidentes