Artigo de Opinião
Um editorial recente publicado no jornal O Grito revelou que o grupo do atual prefeito está agindo estrategicamente para tomar os partidos da oposição. Tudo indica que o Avante, PTB e Patriota já saíram das mãos dos opositores. Essa movimentação política demonstra que a base de situação não está para brincadeira e que o jogo eleitoral em Itabirito já começou de forma intensa.
É bom esclarecer que essa prática, embora controversa, é bastante comum no cenário político, pois os diretórios estaduais tendem a migrar os partidos municipais para o grupo que possui maior estrutura organizacional e financeira.
A oposição, que até o momento ainda não definiu um pré-candidato ao executivo, deve despertar para a realidade e compreender que a disputa eleitoral está em pleno andamento. Caso contrário, o grupo do prefeito poderá conquistar a eleição com facilidade.
Vale ressaltar que a tomada de partidos pela base do prefeito representa um movimento corretíssimo. Ao cooptar o maior número de partidos, incluindo os da oposição, o grupo do mandatário aumenta sua base de apoio, enfraquece os inimigos, atrai mais recursos financeiros e expande seu arco de influência política.
Além disso, o grupo político que consegue conquistar mais estrutura financeira e política, acaba iniciando a disputa com uma vantagem considerável. Ele tende a contar com uma campanha mais robusta e uma maior capacidade de mobilização eleitoral, além de ter mais chances de obter maioria no legislativo municipal.
Diante dessa situação, é crucial que a oposição desperte para a realidade e coloque o bloco na rua. A falta de um pré-candidato a prefeito e a inércia diante das movimentações da situação podem comprometer seriamente as chances da oposição em vencer o pleito eleitoral, cuja abertura da pré-campanha começa oficialmente em outubro deste ano.
Já passou da hora dos caciques e dos vereadores de oposição acordarem e irem logo para o embate. É urgente definir, o quanto antes, um pré-candidato a prefeito, buscar alianças, fortalecer os partidos, aparar as arestas internas, deixar os egos de fora, fortalecer as bases eleitorais e entender o que está em jogo, a fim de evitar o fracasso iminente.
Além disso, é mais do que necessário ter a consciência de não existir a menor possibilidade de vencer a situação, caso a oposição caia no ridículo de lançar dois candidatos a prefeito, como na eleição passada. É total perda de tempo ficar disputando para ver quem é capaz de obter o segundo lugar num pleito ao executivo.
A disputa eleitoral em Itabirito vai ser dura, ainda mais em um município possuidor de um cobiçado orçamento anual de mais de um bilhão de reais. A situação já entendeu o que está em jogo. A oposição ainda não! Aturdida e inerte, parece depositar todas suas fichas na vinda de um “salvador”, que tudo indica pode não vir.
Marcelo Rebelo é jornalista e editor do site Mova-se Inconfidentes