Artigo de opinião
A indústria da calamidade pública vem lucrando como nunca.
Tão logo o, Covid-19 deu as caras, mesmo longe das cidades, prefeitos e governadores decretaram estado de calamidade pública e se viram livres de licitações e restrições legais.
Os mandatários foram autorizados a contratar pessoas sem concurso, fazer compras, assinar contratos e gastar com obras sem necessidade de concorrência pública.
Se com concorrência, edital, fiscalização e tudo o mais, já era um perigo, imaginemos agora, no qual tudo é permitido.
Alguém tem dúvidas de que gatunagem da grossa está rolando nesse novo mercado do vírus?
Respiradores, testes de contágio, máscaras, álcool em gel, construção de hospitais de campanha, compras inusitadas, propaganda do tipo fique em casa, entraram na rota dos gastos.
Basta uma busca rápida no Google para ver os inúmeros casos de corrupção, na onda do “Covidão”, apelido dado ao novo caixa dois dos políticos.
Talvez o caso mais emblemático seja o ocorrido no Amazonas, onde se gastou R$ 2,9 milhões em respiradores inadequados, cuja venda foi feita com preços 300% mais altos por uma conhecida loja de vinhos frequentada por políticos e empresários.
O Ministério Público (MP) e os outros órgãos fiscalizadores não podem fechar os olhos diante da corrupção agressiva que foi criada em certos locais junto com a baderna no combate à pandemia.
Faz-se necessário que o MP verifique com lupa essa gastança praticada por governantes mal intencionados, pois – ao final do dia – a conta vai ser paga pelo contribuinte.
Enquanto durar a epidemia, e a barafunda legal permitida pela Justiça, governadores e prefeitos vão continuar mandando, como nunca antes mandaram.
É claro que não vão achar ruim que essa situação se prolongue pelo maior tempo possível, ainda mais com período eleitoral batendo na porta.
Você acredita que os contaminado pelo “Covidão” estejam realmente interessados em seu bem-estar?
Marcelo Rebelo é jornalista e editor do site Mova-se Inconfidentes