Despreparo e nervosismo dos candidatos a prefeito de Itabirito marcam o debate Radar Geral

O ponto alto do debate

Artigo de Opinião

Um fiasco de propostas e despreparo dos candidatos!

Assim pode ser resumido o debate entre os três prefeitáveis de Itabirito, realizado pelo site Radar Geral. Os participantes estavam mais interessados em tripudiar sobre a não ida do candidato e atual prefeito do que em apresentar propostas.

Aliás, até na formulação das perguntas era visível o despreparo dos prefeitáveis. Aos presentes ficou claro faltar um mínimo de conhecimento básico sobre o que é administrar uma cidade.

Faltou diagnóstico da situação do Município, da estrutura da máquina pública, muito menos conhecimento de orçamento público. Diante dessa situação, não houve propostas efetivas para o enfrentamento dos problemas básicos de Itabirito, sobretudo pós-pandemia.

E esses desafios serão muitos. Serão graves. Exigirão atitudes do próximo gestor que irão além da retórica e da demagogia barata. É isto o que mais preocupa.

Pela atuação dos participantes, acredito que se formos medir pelo debate, os votos dos indecisos devem migrar para a Sara Boratti (UP). A candidata mostrou-se segura nas respostas, falou com naturalidade, apresentou um raciocínio de pensamento com começo, meio e fim.

Sara conseguiu apresentar com clareza as propostas da UP, sobretudo em dar destaue à participação popular nas decisões, saindo-se bem até em questões complexas como o desenvolvimento econômico do município.

Wagner Mellilo (PTB) pouco trouxe para o debate, apesar de possuir ótima formação técnica e de vender-se durante a campanha como um gestor eficiente e não um político. Não conseguiu mostrar na prática o que trará de diferente para a cidade.

O debate deixou claro o peso e o desconforto de vender conceitos como inovação e gestão eficiente e ao mesmo tempo carregar consigo todo o mal fadado grupo do prefeito cassado.

Não decolou.

Por fim, Ricardo Oliveira (Avante), deveria ter ficado em casa. Despreparado, nervoso, sem conseguir apresentar propostas sequer básicas e claras para a cidade.

Além de humilhado, pelo oponente Wagner Melillo, ao não conseguir compreender e nem responder uma pergunta simples sobre a atuação de OSCs, passou a maior parte do tempo servindo de escada para Sara Boratti, elogiando e concordando com tudo que ela falava.

Não trouxe propostas, não mostrou ao que veio, ficou num discurso populista e vazio. Foi simplesmente melancólico.

O grande fracasso do debate foi nenhum dos três ter conseguido deixar claro para o eleitor por que não votar no atual prefeito e candidato Orlando Caldeira.

Como restam três dias para as eleições, sugiro que os candidatos se esforcem para se informar melhor sobre gestão pública e como funciona a máquina pública.

Ninguém é obrigado a ter experiência para disputar eleição. Mas deve, pelo menos, se preparar com mais esmero para assumir o cargo almejado.

Como costuma dizer nas redes sociais um opositor da atual administração: gestão pública não é lugar para amadorismo.

Marcelo Rebelo é jornalista e editor do site Mova-se Inconfidentes