A tensão deu o tom da reunião da Câmara Municipal da última segunda-feira (12/11) devido às respostas duras disparadas pelos vereadores de oposição Leo do social, Ricardo Oliveira e Rose da Saúde ao prefeito Alex Salvador por tê-los criticado de forma pejorativa em entrevista ao site Sou Notícias. Os parlamentares discutiram e votaram três projetos de leis, duas moções e duas emendas supressivas.
Primeiro usar a Tribuna, o vereador Leo do Social direcionou sua fala à entrevista dada pelo prefeito ao site Sou Notícias. Ele chamou a peça de amadora e criticou a falta de postura, de conhecimento e de profissionalismo por parte do chefe do executivo.
Leo taxou de nojenta a forma irônica e despreparada como o prefeito se referiu a reforma do canil, sobretudo a comparação feita com a UPA por ter de azulejar as paredes de alguns ambientes. “Meu querido deixa de ser imbecil. Onde já se viu um centro cirúrgico que não seja revestido com cerâmica. Vai procurar estudar e entender que isso é para evitar contaminação”, afirmou o vereador.
Ele contou ter vistoriado a obra semana passada e considerou os serviços muito mal feitos. “Tem pia, mas não tem torneira, tem energia elétrica, mas não está ligada, tem baia para os animais, mas a água não chega lá, está tudo uma porcaria”, lamentou.
O vereador explicou que a obra foi fruto da assinatura de um Termo de Ajuste de Condutas (TAC), entre a prefeitura, a ONG Vidanimal e o Ministério Público há três anos, pressupondo a reforma de todo o canil municipal e que até agora o município não cumpriu a sua parte.
“É bom lembrar que o prefeito não foi obrigado a assinar o TAC e inclusive usou isso em benefício de sua campanha eleitoral”, disse. Ele avisou que vai fazer uma denúncia ao órgão.
Ele também considerou um desrespeito o prefeito ter chamado a oposição de sem serviço por cumprir o seu papel de fiscalizar e denunciar as irregularidades. O vereador também considerou um absurdo o fato de ter sido chamado de pipoqueiro, como se essa fosse uma profissão desqualificada.
“A competência não está ligada ao cargo que ocupamos e as demandas que possuímos, mas sim como executamos as demandas atribuídas e nesse caso, o pipoqueiro tem cumprido o papel dele, muito melhor que o prefeito, pois não vemos faltar pipoca na porta da igreja como vemos faltar remédio na UPA”, comentou.
Por fim Leo avisou ao prefeito para não se orgulhar de ser o prefeito mais investigado da história de Itabirito, motivo de vergonha no estado e no país.
O vereador Ricardo Oliveira manteve o tom duro de críticas, que tem marcado o seu mandato e pediu esclarecimentos sobre o incêndio da S10, cobrou também respostas a respeito do caminhão depenado no Bom Sucesso e quis saber se é a população quem vai pagar essa conta.
Denunciou o atraso dos pagamentos dos motoristas da Copetur, há dois meses sem receber e espera que isso se resolva logo. Ricardo também cobrou o asfaltamento da MG 30 e disse que o DER já deu autorização para a obra e lembrou que as estradas de Santo Antonio do Monte e Marzagão precisam também de manutenção.
Ricardo como faz em todas as Sessões saiu em defesa dos direitos dos servidores e reclamou do não cumprimento dos planos de cargos e carreiras dos lotados na educação e cobrou o reajuste do cartão alimentação do servidor.
Ele aproveitou para denunciar os altos gastos em publicidade da prefeitura, mostrando um cartaz na Tribuna. “Não há arrecadação que aguente quase dois milhões gastos em propaganda. Investe-se em publicidade, mas não se investe na saúde, nem na educação porque as pessoas não são prioridades”, afirmou.
O vereador Max Fortes tentou acalmar os ânimos e afirmou que uma legislatura nunca se repete e espera que haja uma evolução, pois na legislação passada não havia uma diferença clara entre situação oposição e o que prevalecia era o interesse público. “Hoje outros interesses se sobrepõem ao interesse público”, lamentou.
Ele também reclamou do linguajar usado pelo vereador Leo do Social em relação ao prefeito. “Críticas construtivas são necessárias, mas um erro não justifica o outro, fiquei assustado com o que ouvi hoje na Tribuna”, comentou.
Max reconheceu as dificuldades da prefeitura e explicou que Itabirito tem 22 milhões em atraso no ICMS e por isso tem sido necessário fazer algumas reduções e elencar prioridades. “Não dá para falar que a cidade está um caos e que a saúde e a educação estão péssimas, apesar das dificuldades”, finalizou.
Rose da Saúde também criticou o prefeito por taxar o trabalho deles de porco. Ela teceu duras críticas à ortopedia de Ouro Preto que não atende os pacientes de Itabirito e informou que tem cobrado do secretário de Saúde uma solução para o problema. Segundo a vereadora, pede-se prazo de 10 a 30 dias para atender a uma fratura.
Ela denunciou que a Câmara aprovou recente um projeto de gratificação dos servidores da UPA, mas o valor não veio no contracheque. “Ora se não receberam foi o prefeito que não pagou e não os vereadores”, disse. Por fim, Rose questionou as várias taxas a serem pagas no cemitério público Parque da Esperança.
O vereador Arnaldo dos Santos disse ter ouvido atentamente a fala dos vereadores Leo e Ricardo e pediu que a oposição baixe a bola. “Todos aqui estamos no mesmo barco e lutando pelo bem comum, nem a oposição, nem a situação estão 100% certos”, alertou.
Ele também reclamou do vocabulário do vereador Leo em relação ao prefeito e lembrou que a crítica bem fundamentada é bem vinda. A situação também reconhece os erros, mas acusou a oposição de fazer demagogia.
Sobre o canil municipal, Arnaldo disse tratar-se de uma obra licitada e reconheceu os inúmeros problemas. (Áudio apresentou falhas). Ele esclareceu que a prefeitura já notificou na justiça as falhas na obra. “O secretário de saúde esteve lá e garantiu que os problemas serão solucionados e que tem faltado competência da empresa no decorrer da obra”, explicou.
Indicações, Resoluções e Projetos
As Indicações e as Resoluções foram aprovadas em bloco. Os Projetos de Lei 46 e 48 receberam pedidos de vistas. As Moções 14 e 15 encaminhadas para as devidas comissões. As emendas supressivas 01 e 02 encaminhadas para as comissões.
