Artigo de Opinião
A pandemia do Coronavírus tem inflamado debates e opiniões sobre medidas tomadas pelas autoridades políticas e de saúde pública desde o início do enfrentamento e combate à propagação do vírus. Entre elas, as decisões tomadas por governadores e prefeitos vêm dividindo opiniões e sendo alvo de críticas por muitos.
No afã de verem seus registros de casos suspeitos e principalmente confirmados zerados ou próximos de zero, eles têm adotado medidas por vezes draconianas no combate ao Corona. Fechar comércios e proibição de aglomerações são as mais comuns, entretanto em alguns casos prefeitos determinaram a implantação de barreiras nas entradas de cidades e proibiram veículos de outros municípios de trafegarem nos perímetros delas.
Mas será que de fato a preocupação é com a saúde da população ou isso serve apenas de cortina de fumaça para brigas políticas em um ano de eleições municipais? Já imaginou um determinado candidato em campanha soltando a máxima “no meu município tivemos caso zero de Corona vírus”. Creio que seja essa segunda opção a mais provável, infelizmente. Nem mesmo o alerta do presidente Jair Bolsonaro de que os impactos negativos dessas decisões cairiam sobre que as dessem causa parece ter feito a maioria rever suas atitudes.
A regra desse jogo é clara: se as medidas tomadas surtirem efeito dirão que resolveram sozinhos o problema e o Governo Federal foi incapaz de tratar o tema; caso se mostrem frustradas, também atribuirão a culpa ao presidente e sua equipe, com a possível afirmação de que não receberam o devido apoio e a questão foi por eles desprezada.
Vejo que tais decretos e decisões não se sustentam: segurar pessoas com totais condições de trabalho em casa acarretará um estrago econômico de difícil reparação, em um país de estados e municípios que a muito vêm mal das pernas sem conseguir fechar suas contas. Tão importante quanto preservar a vida é assegurar condições mínimas de subsistência quando chegar o fim da pandemia e tal como a saúde, a economia é vital para isso.
Vinícius Martins é servidor público, direitista e conservador