Artigo de Opinião
Já falei várias vezes nesse espaço da importância da população acompanhar as reuniões da Câmara Municipal para ficar a par dos temas discutidos e saber como tem sido a atuação daqueles eleitos para representar a coletividade.
Na última segunda-feira (2), uma forte chuva assolou nossa cidade por cerca de uma hora e os resultados foram os piores possíveis com ruas alagadas no centro, bueiros transbordando e enxurradas em alguns bairros.
E o que está ruim pode piorar, pois a previsão da Defesa Civil é de mais chuvas fortes para a próxima semana.
Nesse momento de dificuldades é bom que a população fique alerta aos aproveitadores de plantão. Trata-se de momento propício para que políticos apareçam fazendo demagogia em cima da desgraça alheia.
Por isso não custa lembrar, que em junho do ano passado, durante a discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), de 2023, cujo objetivo é apontar as prioridades do governo para o próximo ano, os vereadores da base aliada do prefeito Orlando Caldeira votaram contra 33 emendas apresentadas pela bancada de oposição.
O tema chegou a polemizar e além de uma matéria no site Mova-se, o assunto foi repercutido também pelo site Agito Mais e pela Rádio Estrada Real.
Entre as propostas derrubadas estavam algumas feitas para aliviar os impactos das chuvas na vida da população como a desapropriação de casas em locais de risco com a construção de casas populares, além da criação de piscinões para evitar as cheias na região central e obras para a contenção de encostas.
Não podemos nos esquecer também dos inúmeros requerimentos apresentados pela oposição ao longo de 2022, pedindo a limpeza das bocas de lobo e dos bueiros.
A justificativa das emendas propostas pelos vereadores se deu por que vários comerciantes e famílias foram afetados pelas enchentes, perdendo seus bens. Assim requereu-se, em caráter de urgência e de prioridade, um conjunto de obras para evitar novamente a tragédia ocorrida em janeiro de 2022.
Apesar de terem derrubado as emendas, os vereadores da base aliada não apresentaram nenhuma proposta em contrapartida.
É de se lamentar tal atitude, além de ser incompreensível, um vereador derrubar uma emenda para a construção de moradias populares ou obras para contenção de encostas.
Espero que o cidadão prejudicado pelas chuvas tenha a ciência de que a culpa não é apenas do poder público e a responsabilidade deve ser dividida por quem votou contra medidas para atenuar os impactos da chuva.
Marcelo Rebelo é jornalista, relações públicas e editor do site Mova-se