Os representantes católicos das três paróquias de Itabirito não querem a reabertura das igrejas do município. Eles encaminharam um Ofício ao presidente da Câmara Municipal, Renê Butekus, na última sexta-feira (26) se posicionando contra um Projeto de Lei que tramita com esse objetivo.
Os párocos consideraram a medida temerária devido ao aumento exponencial diário dos contaminados pelo Covid-19 no município, além do crescente aumento no número de óbitos no estado, que levou o governador Romeu Zema a declarar possibilidade de adotar o lockdown em várias regiões.
Eles acreditam ser prudente conhecer primeiro a realidade sanitária da cidade para que a reabertura das igrejas e dos templos possa ser operacionalizada a partir de fatos científicos seguros. Os párocos acrescentam que a iniciativa, visando apenas às questões econômicas poderá acarretar um estrago humano muito grande.
No Ofício consta que a aprovação desse Projeto pode colocar em risco a população de Itabirito, pois esses locais são responsáveis por grande circulação de pessoas. Por fim, ele informa que as igrejas continuarão fechadas, mesmo que tal medida seja aprovada pelos vereadores.
O pároco da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, Miguel Ângelo Fiorillo, explicou ser a favor da vida e que o isolamento social é a melhor forma de prevenir a doença.
“No atual momento sou totalmente contra a reabertura de igrejas, pois a Igreja Católica coloca a vida em primeiro lugar e devemos promovê-la a todo custo, sobretudo nesse momento de pandemia e incertezas”, alertou padre Miguel.
Assinaram o Ofício os padres Miguel Ângelo Fiorillo (Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem); Rodrigo Artur Medeiros da Silva (Paróquia de São Sebastião) e Jean Lúcio de Sousa (Paróquia de São Gonçalo e de São Gonçalo do Bação).
Igrejas fechadas
A Arquidiocese de Mariana, desde o dia (29/02), tem se manifestado incisivamente a favor do isolamento social e do fechamento das igrejas em todas as cidades que compõem o seu território eclesiástico.
Dr. Edson
De autoria do vereador Dr. Edson, o Projeto de Lei 70/2020 estabelece as entidades religiosas e templos como atividades essenciais em períodos de calamidade pública ou emergência em saúde.
A medida foi motivo de muita discussão, durante a reunião do dia (22), e acabou recebendo um pedido de vistas. Alguns vereadores defendem a inclusão das academias e salões de beleza no Projeto.
A equipe do Mova-se entrou em contato com o vereador, para falar sobre o Projeto, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.
Confira a íntegra do Ofício