Jair Bolsonaro tomou posse como presidente no Brasil nesse primeiro dia de 2019, uma cerimônia histórica e marcante na. democracia brasileira. Discursando por duas vezes, reafirmou seus compromissos feitos durante a campanha e demonstrou o mesmo tom já visto durante a campanha eleitoral.
Também assumiram junto com Bolsonaro os ministros escolhidos para compor os ministérios do governo que começa hoje. Vários representantes de estados e nações alinhadas com os ideais do presidente compareceram à cerimônia para os cumprimentos a ele.
Nos dois discursos, agradeceu a Deus e aos eleitores, pregou união e pediu ajuda dos colegas parlamentares para reerguer o país. Não deixou de se posicionar também contra ideologia de gênero, privilégios e comunismo e pregou respeito aos valores cristãos, à família e às religiões. Fez um discurso forte no priorizar a educação e no restabelecimento da ordem, combate à corrupção e na legítima defesa.
Mas como em quase toda a festa sempre há algum cretino a fim de chamar a atenção além da estrela principal, o senador e presidente da sessão Eunício de Oliveira aproveitou seus minutos – os últimos no Congresso, já que não fora reeleito – para um discurso de prestação de contas e exposição pessoal totalmente desnecessário.
Eunício ainda teve a cara de pau de dizer que não houve aprovação de pautas bomba nesse período de transição (o que foi o reajuste dado aos ministros do Supremo, estão?) e elogiou o agora ex-presidente Michel Temer e que as medidas tomadas por ele permitem a Bolsonaro assumir o país em situação não tão complicada. Discurso desnecessário, banal, passável, medíocre. Sorte nossa não o ver mais na próxima legislatura.
Mas a melhor parte ainda estava por vir. Após receber a faixa de presidente e se dirigir para o segundo discurso, a primeira dama Michelle roubou a cena e quebrou protocolos: discursou antes de Bolsonaro e comoveu a todos num discurso inclusivo (em libras, vocalizado por uma intérprete) e no final, após apelos dos populares presentes, ainda beijou o presidente numa cena inusitada.
As reações nas redes sociais em grande maioria aprovaram a cerimônia, mas há quem ainda prefira passar vergonha. Aos incomodados, à turminha da resistência, aos lacradores de plantão e todos aqueles que choram copiosamente o início dessa nova era, resta chorar da própria hipocrisia e, ao se mostrar tão bom quanto foi em sua primeira impressão, os quatro anos de Bolsonaro serão um tormento a esses infelizes de plantão.
*Artigo elaborado por Vinícius Martins, direitista, concurseiro e servidor público.