Artigo de Opinião
Se a história servir de modelo, o segundo mandato do prefeito Orlando Caldeira deve ser mais conturbado que o primeiro. É a chamada maldição do segundo mandato. Mesmo sem escândalos, segundos mandatos costumam ser bem complicados.
Já ouvi dizer que o segundo mandato é como uma ampulheta se esvaziando, mas sem a chance de virá-la mais uma vez.
E qual a fórmula para o mandatário do executivo de Itabirito se livrar dessa maldição?
Governar de modo republicano é chave para levar um segundo mandato sem percalços em tempos de vírus chinês, dificuldades econômicas e insatisfação popular com a classe política.
A previsão de uma economia desfavorável devido aos efeitos do vírus chinês vai exigir a nomeação de pessoas com perfis mais técnicos e melhor preparados a gerenciar este período de adversidades.
A administração deveria ser iniciada com um quadro pessoal mais enxuto. Não se permite mais o tipo de política baseada na troca de cargos por apoio, sobretudo se os apaniguados não possuírem competência técnica para os postos em questão.
Não podemos esquecer a criatividade, item fundamental em tempos de crise. Ela será exigida para diminuir gastos e aumentar a receita municipal. Caberá ao prefeito e equipe serem criativos na busca de iniciativas para fomentar parcerias e impulsionar a economia.
O prefeito deve ter humildade e ciência de que a expressiva votação não é um cheque em branco dado pelo eleitor para fazer o que bem entender. E muito menos um aval de que todo o último mandato foi maravilhoso e que a equipe é excelente e não carece de mudanças.
Outra necessidade é buscar uma boa relação com os vereadores. Não se governa sem a Câmara Municipal.
Por fim, o prefeito desta vez terá um mandato de quatro anos pela frente e não haverá mais as desculpas das coisas não terem acontecido devido ao curto mandato extemporâneo ou as incertezas causadas pelo vírus chinês.
Tenho a convicção de que se tais medidas forem postas em prática, o prefeito Orlando Caldeira estará exorcizando a maldição do segundo mandato para longe de sua gestão.
Marcelo Rebelo é jornalista e editor do site Mova-se Inconfidentes