O Brasil registrou na última 5ª feira (27) o oitavo caso de infecção pela variante indiana do coronavírus. Embora as autoridades de Saúde descartem a transmissão comunitária no País, uma vez que todos os casos confirmados até o momento tiveram origem no exterior, especialistas temem que a cepa cause uma nova onda de contaminação.
Diante disso, o Ministério da Saúde já implementa, junto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), barreiras sanitárias para impedir a disseminação da variante indiana. A estratégia é aumentar a testagem em aeroportos e nas regiões de fronteira, além de acompanhar de perto a cepa, por meio do sequenciamento genômico.
O infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Julival Ribeiro, alerta que o que difere a variante indiana das já conhecidas pelos brasileiros, como a P1, que circulou com força em Manaus, é a maior transmissibilidade dessa nova cepa.
“Em relação a essa variante que chegou aqui no Brasil, vinda da Índia, sabe-se que ela tem três mutações, está em mais de cinquenta países e é altamente transmissível. Mas não se tem estudo ainda se ela causa doença mais grave ou não”, disse Julival.
Terceira onda da covid-19
A preocupação de especialistas quanto à maior facilidade com que esta cepa passa de uma pessoa para outra se deve ao receio de que a variante indiana seja responsável por uma nova onda de infecções no País, o que alguns já ousam chamar de terceira onda.
O Ministério da Saúde está atento aos sinais sobre a evolução dos casos de covid-19 no país e está fazendo a vigilância genômica dos casos, podendo haver necessidade de adoção de medidas mais restritivas em regiões do país.